Sempre que somos contatados para elaborar um projeto estrutural, surge a mesma perguntar por parte de nossos clientes… “Preciso mesmo contratar a sondagem? Meu terreno é tão bom…”
Na opinião de nossos clientes, seus terrenos sempre são muitos bons. Veja Vitória/ES por exemplo, onde fica a sede da LAF Projetos, uma ilha “cercada de mangue por todos os lados”, os terrenos sempre são excelentes e não seria necessário contratar a sondagem do solo.
Infelizmente, este nem sempre é o caso. E para esclarecer, sempre digo a mesma frase. “Sondagem é a típica situação ganha ou ganha”.
Mas como assim, ganha ou ganha?
Digamos que o solo de seu terreno é de fato muito bom, ou seja, bem resistente, capaz de resistir a elevadas cargas. Isto é ótimo! Neste caso, o cliente GANHA em economia. Isso porque, tendo a certeza de que o solo é de fato resistente, podemos dimensionar a fundação com elementos menores, que consumem menos concreto, aço e formas.
Mas e se o solo não for tão resistente assim?
Neste caso, o cliente GANHA em segurança. Isto porque, com as informações técnicas obtidas pela sondagem, somos capazes de dimensionar fundações adequadas. Que sofram recalques controlados e dentro de limites aceitáveis. Além disso, é possível avaliar a possibilidade e, se for o caso, evitar a ocorrência dos chamados recalques diferenciais.
Neste tipo de recalque, parte da estrutura “afunda” mais que uma outra parte. Podendo levar a formação de manifestações patológicas, eventualmente graves.
Figura – Exemplo de recalque diferencial grave em edifício.
Figura – Exemplo de grande variação de tipos do solo dentro do mesmo terreno.
Assim fica fácil de concluir que, mais de que uma imposição de norma técnica, a contratação e execução de uma boa sondagem do terreno é também um investimento. O valor da sondagem em edificações para casas é em média 0,5% do valor da obra. Já em edifícios residenciais, 0,1% do valor da obra. E, certamente, este valor volta. Seja em economia de materiais na fundação, seja evitando patologias graves após a construção.